Era uma vez dois indivíduos, com estilos de vidas totalmente diferentes, que já se conheciam de vista há algum tempo mas nunca tinham falado. Ele dizia que ela era a mulher com quem um dia ia casar e ela, embora não soubesse disso, achava que não era o homem com quem se casaria porque era um bocado estabanado (vá, ainda é!).
Um dia começaram a conversar e, contra tudo o que seria expectável, apaixonaram-se. Muitos achavam que não teria pernas para andar. Eles próprios não sabiam bem se teria. Mas o tempo foi passando com dias bons e dias menos bons, como em todas as relações, e quatro anos e meio depois casaram-se.
Durante três anos e meio foram apenas dois e fartaram-se de viajar. Adoravam a liberdade que tinham, sendo apenas dois, e estavam envolvidos em vários projectos que também lhes ocupava muito tempo. Mas tomaram então a decisão de terem um rebento, mesmo sabendo que a vida iria mudar por completo. Como adoravam viajar decidiram que era apenas um e que seria então filho único. Assim podiam manter este estilo de vida, era mais fácil a nível de logística e financeiramente viajar apenas com uma cria.
O rebento nasceu e fê-los apaixonarem-se completamente pela faceta de pais! E olhem que este pequeno Ser não era dos fáceis. Durante o dia só queria andar no colo ou gritava até o conseguir e não dormia rigorosamente nada, à noite acordava de hora em hora para mamar. Mesmo assim estavam tão enamorados pela filha que decidiram que no ano seguinte iriam engravidar novamente para que quando a pequena tivesse aproximadamente dois anos nascesse o irmão (ou irmã). Quis a natureza que a gravidez se antecipasse e que em vez de um viessem dois! Com muitas provações mas foram superando todos os obstáculos.
Hoje têm a certeza que, contra todas as expectativas, construíram um império de amor passando de dois a cinco. E que a vida foi muito generosa com eles dando-lhes muito mais do que algumas vez sonharam.